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Você já ouviu falar de Distorção Cognitiva?

Com a chegada da pandemia e do isolamento social, a tendência das pessoas cometerem erros em seus pensamentos vem crescendo cada dia mais. É possível perceber nos relator que há uma tendência sistemática negativa no processamento cognitivo daqueles que estão sofrendo de algum mal-estar psicológico, portanto, as distorções cognitivas são padrões disfuncionais do pensamento.

Conheça as distorções mais comuns:

Personalização

  • Se enxerga como causador de fatos ruins;
  • Acredita que os outros se comportam negativamente por sua culpa;
  • Assume a culpa ou responsabilidade por acontecimentos negativos.

Exemplos: Meu amigo foi rude comigo, devo ter feito algo de errado. Se algo de errado acontecer ao meu aniversário, a culpa será só minha.

 

Catastrofização

  • Exagera negativamente em coisas que já aconteceram ou que irá acontecer;
  • Os eventos negativos que podem ocorrer são encarados como acontecimentos intoleráveis;
  • Acreditam que as coisas, de qualquer maneira, vão dar errado.

Exemplos: Eu sei que serei rejeitada. Eu não suportarei a separação da minha mulher. Se eu perder o controle, será o meu fim.

 

Rotulação

  • Possui tendência de colocar um rótulo global e fixo sobre si mesmo ou sobre os outros.

Exemplos: Eu sou um fracassado (em vez de: falhei nisso!). Ele não presta mesmo! (diante de um ato impensado do outro).

 

Magnificação/minimização

  • Possui tendência em diminuir seus aspectos positivos, dos outros ou das situações e ampliar ou aumenta a importância dos aspectos negativos;
  • O positivo é minimizado, enquanto o negativo é maximizado.

Exemplos: Obter boas notas não quer dizer que sou inteligente (ao passo que as notas baixas provam que é um fracasso). Eu tenho um ótimo emprego, mas todo mundo tem, e com tantas falhas qualquer dia irei perdê-lo.

 

Leitura mental

  • Diz saber o que outros estão pensando, desconsiderando outras hipóteses.

Exemplos: Tenho certeza que o professor está pensando que eu não estudei. Ele não gostou da minha casa.

 

Supergeneralização ou hipergeneralização

  • Tendência em ver um acontecimento negativo;
  • Rejeita fatos positivo.

Exemplos: Se eu senti medo aqui, vou sentir sempre de novo. Eu fiz bem aquele projeto, mas isso não significa que eu seja competente, eu apenas tive sorte.

 

Declarações imperativas

  • Tem-se uma ideia exata estabelecida de como os outros deveriam se comportar;

Exemplos: O professor do meu filho não sabe fazer nada direito: ele é crítico, insensível e ensina mal. Eu sou burro, tirei outra nota baixa.

 

Vitimização

  • Possui tendência a considerar-se injustiçado ou não compreendido;
  • A maioria dos problemas geralmente é em razão aos outros ou por algumas situações;
  • Possui dificuldade de se responsabilizar pelos próprios sentimentos ou comportamentos.

Exemplos: Minha mãe não entende meus sentimentos. Faço tudo pelos meus amigos, mas eles não me agradecem.

 

Questionalização

  • Tendência a focar o evento naquilo que poderia ter sido e não foi;
  • Se culpa pelas escolhas do passado e se questiona por escolhas futuras.

Exemplos: Se eu tivesse aceitado o outro emprego, estaria melhor agora… e se o outro emprego não der certo? Se eu não tivesse viajado, isso não teria acontecido.

 

Raciocínio emocional

  • Possui tendência a entender as próprias emoções como provas de uma verdade

Exemplos: Se eu sinto pânico aqui, é porque essa situação é mesmo perigosa. Eu sei que eu faço muitas coisas certas, mas eu ainda me sinto um fracasso.

 

Abstração seletiva

  • Presta atenção indevida a um detalhe negativo em vez de considerar o quadro geral.

Exemplos: Cometi um erro neste trabalho, ele está deplorável (quando o erro é secundário e está em meio a muitos aspectos positivos do trabalho). Sou impotente (diante de uma única falha erétil).

 

Adivinhação

  • As pessoas com a distorção preveem o futuro, antecipam problemas que talvez não venham a existir.

Exemplos: Eu não irei me sentir bem quando viajar. Sei que não irei gostar desse emprego.

 

Inferência arbitrária

  • É a tendência a chegar a uma conclusão mesmo com a ausência de evidências suficientes, por meio de um raciocínio falho.

Exemplo: Não sou atraente para as mulheres (após algumas tentativas infrutíferas).

Como falei no início, as distorções cognitivas são padrões disfuncionais do pensamento, portanto, é possível modificá-las para que a pessoa pense de um modo mais realista e positivo.

O atendimento psicológico ajuda muito nessa tarefa, afinal, na maioria das vezes as pessoas não percebem que pensam de maneira distorcida.

Procure um psicólogo.

 

Psicóloga Priscila Alberto – CRP 06/115507

 

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