“Na minha época não existia bullying”. Essa é uma das frases que eu mais escuto no consultório.
Bom, mesmo os tempos tendo mudado, o bullying existe desde sempre e talvez os adultos não se lembrem, mas doeu! Era bullying quando alguém era chamado de “quatro olhos”, “gordo”, “nerd” ou “dente de lata”. Também era bullying quando riam da pessoa com cabelos volumosos, das que sofriam com acnes, das pessoas que tinham dificuldade de aprendizado ou até mesmo daquelas pessoas tímidas demais.
O bullying ganhou mais notoriedade, porque antes não era nominado, era tratado como “brincadeiras de crianças” ou “coisas normais da idade”, mas quem foi vítima dessas “brincadeiras” pode perfeitamente dizer o quão difícil foi ser alvo, enquanto todos os outros eram flecha.
Noto que alguns pais e educadores, por mais que tenham também sofrido bullying na infância, as vezes não percebem as marcas que os apelidos deixaram, não percebem que muita coisa poderia ter sido diferente se alguém tivesse intervindo de forma adequada.
O grande problema é que o bullying de hoje não começa e a acaba no ambiente escolar. O bullying que começa na escola, perpetua no Facebook, no Twitter, no Instagram, nas mensagens dos grupos de WhatsApp, e por aí vai….
Fica mais difícil de lidar e mais difícil de esquecer! O bullying de hoje não caminha só pela diretoria, ele caminha pelos tribunais, cadeias e, infelizmente, pelos cemitérios.
Você pode fazer a diferença caso seu filho esteja sofrendo na escola. Para isso, pergunte todos os dias como foi o dia dele, questione sobre perseguições e questione sobre o comportamento dele para com os outros colegas.
Crie o hábito de conversar com os pais dos colegas do seu filho, com os professores. Falem abertamente sobre o tema, sem julgamentos.
Ajudem uns aos outros e sempre que necessário, peçam ajuda a um profissional!
Gabrieli Orcelli dos Reis
CRP 06/145473
Psicóloga com MBA de Gestão de Talentos e Comportamento Humano e Autismo
Cooperada Unipsico BS