Estamos em quarentena. A maioria de nós em casa, trabalhando ou não, e as crianças e adolescentes também. Em um primeiro momento isso pode ter gerado uma espécie de pânico.
Estamos vivenciando uma “catástrofe” mundial . Não há regras muito claras para o convívio familiar nesse momento. É hora de flexibilizar! Com aulas ou não, também é um momento novo para os menores. Da noite para o dia tudo aquilo que era entendido como rotina – escola, atividades extracurriculares, pais trabalhando – deixou de existir como entendiam e precisou ser reinventado.
Não é o momento para cobranças excessivas! Acredite: nenhum aluno vai ficar “atrasado” porque não está conseguindo acompanhar as aulas on-line ou porque deixou de ir à escola. Ao final de tudo, estarão todos no mesmo ponto – talvez, alguns, emocionalmente, mais amadurecidos, mas, didaticamente, no mesmo ponto.
Algumas dicas para o período da quarentena:
· Não precisa ser a “mãe perfeita do confinamento social” – todos estão ansiosos (o que é natural, dentro de um certo nível), inclusive você. Tente não ser muito exigente com você mesma!
· Não se preocupe se seu filho/filha não está suficientemente interessado nas tarefas enviadas on-line pela escola. Lembre-se que, até o mês passado, isso não era uma coisa comum na rotina deles.
· Este é um momento em que a mudança nos hábitos alimentares – com um pouco mais de gulodices incluídas no “cardápio” – não causará um dano permanente. Portanto, procure uma dieta saudável para seus filhos e você, mas não se sinta culpada se eles (ou você) comerem um pouco além do normal.
· Trabalhando em casa ou não, não é possível, neste momento, atingir grandes metas em termos de produtividade. Afinal, você está exercendo muitas tarefas ao mesmo tempo. Tente não se cobrar tanto!
· Encontre um tempo, junto de seus filhos, para não fazer “nada”: assistir um filme, comer pipoca, jogar, brincar. Será relaxante para você e para eles.
· Esta é uma fase difícil – é verdade, mas uma FASE. Ela acabará. Aproveite o calor desse momento para dividir todo esse tempo em comum, que, talvez, vocês nunca tenham experimentado antes, e descobrir novas formas de entretenimento. Vale até compartilhar os serviços de casa – de uma forma lúdica, descontraída.
Quem sabe ao final da quarentena nossos filhos não terão assimilado um novo jeito de ser e viver – mais solidário, talvez?!
Salete Cristina Lopes
Psicóloga Clínica
CRP 70202/06