A banalização da palavra “depressão” trouxe consigo uma abertura para exposição do tema, no entanto, desnivelou a relevância do assunto.
Atualmente é comum ouvirmos frases como: “ah, não tenho nada pra fazer, estou deprimido”. Nesse caso a palavra “deprimido” faz alusão ao tédio. Também ouvimos com frequência “para de deprê, vamos sair”. A “deprê” aqui está relacionada a um desânimo momentâneo, falta de vontade. Por fim, o mais comum de todos: “fulano terminou comigo, estou deprimida” ou “discuti com meu chefe, estou deprimido” e nesse caso estamos falando de tristeza.
E aí, quando nos deparamos com um diagnóstico médico de depressão, ouvimos coisas do tipo: “você precisa ir à igreja” ou “na minha época não existia depressão, isso é frescura”.
Questiono o tempo todo o motivo pelo qual é aceitável falar de depressão, mas não é aceitável a depressão de fato?!
Hoje em dia, com o fácil acesso a diversos conteúdos, todo mundo consegue falar um pouco sobre tudo e não há mal em ouvir o que outro tem a dizer, mas a empatia e a orientação são fundamentais na cura de qualquer doença ou sintoma.
A depressão é uma doença muito comum e atinge mais de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil. No entanto, seus sintomas vão além de tédio ou uma tristeza momentânea. A depressão consiste numa sensação contínua de tristeza ou falta de interesse e que pode acarretar diversos sintomas comportamentais e orgânicos, tais como:
- alteração de sono e apetite
- baixo grau de concentração
- baixa autoestima
- pouca energia pra questões cotidianas
- e também pode apresentar pensamentos suicidas
Para que o tratamento seja eficaz é necessário o acompanhamento médico e psicoterápico.
Se você sente que algo não está legal em você, não tenha medo ou vergonha, fale com o seu médico de confiança e ele indicará as melhores alternativas.
Depressão não é frescura e tem cura!
Gabrieli Orcelli dos Reis
CRP 06/145473