Determinismo é de uma escola filosófica, onde tudo o que existe e/ou existirá já está determinado, ou melhor, destinado, nada dependendo, portanto, da vontade do homem, o que inclui: sua própria vontade, seus pensamentos, e suas realizações.
A partir do momento que o homem conquistou o discernimento, razão e a crítica, passou a ter domínio de seu destino. Portanto, destino é algo que se constrói, e não está ao acaso.
Com a lógica conquistada pelo raciocínio e a crítica, veio em seu encontro a ética e a moral, pois passou a identificar o bem o e mal, e o quanto isso era importante para sua tranquilidade espiritual. A seguir foi açoitado pela responsabilidade, portanto, a crítica ética dos atos praticados passa a ser os vilões da liberdade, de tudo passa ser responsável.
Mas sem dúvida, o destino do homem é buscar e conquistar a felicidade, e isso é uma árdua conquista, não está gravado em nosso ser ao nascer, mas é o resultado de todas as ações praticadas a partir de então.
O determinismo se popularizou no século XVII e XIX através das ideias mecanicistas, apesar de ser tão antiga quanto à própria humanidade, onde se via o ser e o Universo como uma grande máquina pré preparada para dar determinados resultados, onde se controlando as variáveis o resultado seria óbvio.
O cerne da questão é saber se o sujeito tem liberdade ou não de praticar ação ao seu gosto, ou se já está determinado sua atitude, portanto, não tem responsabilidade sobre esse fato e fica inimputável na consequência.
O pensador sempre esteve com sua arguição: o que impede de o homem ter liberdade, e percebe também, que o arquivo histórico do passado e dos antepassados permanecem vivos e no inconsciente de cada indivíduo, levando a repetir o modelo aprendido ao longo da vida.
Uma pergunta que não se consegue calar é se existe alguma força oculta mais poderosa que a própria vontade. Será que o homem nunca será inteiramente livre.
Tanto a Psicologia como a Antropologia observa que grande influência às novas gerações tem o do legado dos antepassados, algo como o carma familiar e social, que “deverá” acompanhar o sujeito em sua vida, o que leva consequentemente ao desenlace trágico, pois, não há opção senão a espada ereta sobre as cabeças, nisso inclui, além da “sorte” patologias como distúrbios mentais, somáticos, sociais.
Obviamente temos leis determinadas, como as que regem o macrocosmo, por exemplo, após grande insolação acontece a chupa, em decorrência a evaporação e a condensação, e com essa situação atmosférica surgem raios e trovões, e no sentido humano, igualmente há regras que se tornam ditames, determinismo, como; impulsos humanos inibem o livre arbítrio, sem o que diminui a responsabilidade pelo ato.
Armando Bueno de Camargo
Psicólogo Clínico