Qual o parâmetro que usamos para nos analisar? O que somos ou não somos é sempre a partir do outro. Quanto de nós está no outro, quanto de reflexo do outro está em nós? Quanto de nós é delegado para que o outro controle? Lamentavelmente, muitas vezes, delegamos tudo. Colocamos toda responsabilidade de decisão para o outro, situação cômoda é não ter compromisso com as consequências, total alienação, é o divórcio de si mesmo.
Vivemos em um mundo de transferência e acusação, transferimos nossas culpas e razões para o outro, com isso minimizamos nossa responsabilidade e nos vitimizamos, torna-se cômodo nossa auto convivência “não tenho sorte na vida” autopiedade. Mas a que nos remete essa situação, senão ao amadurecimento emocional.
Características do amadurecimento emocional, como: autoconhecimento, maturidade, coerência, superação, luta, culpas, resistência, alegria, liberdade etc. estão ligadas à idade, os mais velhos carregam hábitos e preconceitos arraigados, os mais jovens pouca ou nenhuma experiência, os do meio, não são tão sábios como gostariam, muitas vezes vivem uma adolescência retardada ou uma velhice antecipada, portanto, emocionalmente dúbios.
Situações extremas refletem derrota, esbarram em nossos investimentos na vida, por isso nos são tão dolorosos, mas, o quanto somos flexíveis ou resilientes? Quanto de medo (identificado) somos capazes de suportar, medos reais ou imaginários, medos do passado ou do futuro, medos que nos faz fugir á responsabilidade de viver a vida real.
Conviver consigo mesmo impõem o paradoxo do espelho, pois contrastamos o eu real com o eu ideal, quanto disfarce se usa socialmente, quanta dor se suporta ao perceber que o real é pior que o ideal, isso remete a lugar algum, a coisa alguma, é o vazio, não aceito o que sou, pois tenho um eu ideal, que me traz satisfação e realização, portanto, não sou, não existo, não estou em lugar algum, não assumo ser o real, delego a condução da vida, torno-me vítima do acaso.
A psicologia em muito pode ajudar, confie seu conflito a um profissional, por certo não assumirá sua vida, mas facilitará o entendimento do: Quem sou? Para que vivo? Para que morro? O quanto estou para a vida e o quanto a vida esta para mim?
”Divorcie de tudo e de todos, menos de você”.
Armando Bueno de Camargo
Psicólogo – 06 93377
One thought on “A difícil tarefa de conviver consigo mesmo”
O meu filho Victor Hugo da Silva favarao sempre teve medo hj ele tem 30 anos sempre com medo .